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Entenda a diferença entre leite em pó, composto lácteo e fórmula infantil

Pode ser que os pais precisem recorrer a algum destes produtinhos para complementar a alimentação do pequeno. Saiba quando oferecer cada um deles!

Por Flávia Antunes
Atualizado em 22 jul 2020, 17h35 - Publicado em 22 jul 2020, 17h27
 (Natoushe/Getty Images)
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Desde o nascimento até o sexto mês de vida, as organizações de saúde recomendam que o bebê seja alimentado exclusivamente pelo leite materno, pela série de benefícios que ele oferece para o desenvolvimento do pequeno.

Os especialistas ainda indicam que a amamentação continue pelo menos até o segundo ano, mas sabemos que para muitas mães esta realidade nem sempre é possível – seja por complicações físicas da amamentação ou por outros motivos, como alergias, que levam ao desmame.

Para que a criança continue sendo nutrida e desfrute de componentes importantes do leite, a suplementação pode ser indicada pelo pediatra. Aqui, separamos os três nomes que mais despertam dúvidas e que são bem diferentes entre si: fórmula infantil, composto lácteo e leite em pó.

Fórmula infantil

É o mais indicado pelos pediatras quando a amamentação não é suficiente. Trata-se de uma categoria de produtos destinados à alimentação de bebês até um ano. “No mercado, é possível encontrar a fórmula 1, para ser consumida do nascimento até os seis meses, e a fórmula 2, para o segundo semestre de vida – dos seis meses até dez meses ou um ano”, afirma o pediatra e nutrólogo Prof. Dr. Fábio Ancona. 

Segundo ele, estes suplementos tentam ser o mais próximo possível do leite materno, e para isto seu conteúdo é modificado em açúcar, gordura e proteínas, e são acrescentadas vitaminas e minerais de tal maneira que procure ter – do ponto de vista da quantidade – composição semelhante ao líquido da própria mãe. Regulamentado pela Anvisa, também não tem corantes e nem glúten. 

Mas e se meu bebê for alérgico a algum dos ingredientes? O interessante da fórmula é que ela possui diversas variações para atender à cada necessidade nutricional. “São permitidas uma série de adaptações, inclusive para situações especiais, quando a criança possui alergia à proteína do leite, por exemplo, e é utilizada a proteína do arroz”, conta Fábio.

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“Outras fórmulas são modificadas para evitar refluxo e recebem o nome de ‘AR’. Elas contêm substâncias que, no estômago, deixam o produto mais espesso, e mais difícil de gerar refluxo. Podem ser feitas com amido ou com farinha de alfarroba”, acrescenta o doutor.

Fábio faz questão de reforçar que a fórmula deve ser utilizada apenas quando há absoluta impossibilidade de aleitamento materno. “Devemos dar prioridade absoluta ao leite da mãe no primeiro ano de vida – exclusivo até o sexto mês. A partir daí, começa a complementação alimentar, mas ainda com o aleitamento”, ressalta.

Sobre sua administração, o pediatra responde que a fórmula deve ser oferecida ao bebê toda vez que ele demonstrar vontade de mamar. O ideal, papais, é deixar que o pequeno tome o líquido até deixar um resto na mamadeira, sem forçá-lo a ingerir até o final. 

Leite em pó

Já o leite em pó nada mais é que resíduo sólido que sobra do leite da vaca depois de evaporada sua água. “Para cada 100 ml de leite, sobram 12,5 g de pó e não há nenhuma modificação em termos de composição”, explica o especialista. 

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Apesar de ser consumido por todas as faixas etárias – principalmente por sua praticidade de transporte e preço mais acessível – o leite de vaca não é o mais indicado para os pequeninos, pois possui uma série de condições que o transforma em um produto nutricionalmente precário para a criança.

“Ele dificulta a absorção de ferro, por conta da grande quantidade de cálcio e possui bastante gordura”, diz o nutrólogo e completa: “É preferível deixá-lo para depois dos três anos, considerando as vantagens dos produtos lácteos”.

Composto lácteo

Com rótulos atrativos mostrando a adição de vitaminas, minerais e outros aditivos, muitos pais acabam comprando o composto lácteo acreditando se tratar de um produto mais nutritivo. Por isso, vale ressaltar que este alimento ultraprocessado não é como a fórmula e tampouco, como o leite.

Para ser chamado de produto lácteo, ele precisa ter pelo menos 51% de leite. A indústria pode utilizar também gorduras com digestão mais fácil e algumas que são benéficas para o desenvolvimento cerebral das crianças – como os ácidos poliinsaturados -, além de vitaminas e minerais”, esclarece o nutrólogo. E importante: o composto, que pode conter açúcar e corantes, não é indicado para bebês com menos de 1 ano.

Reforçamos que é sempre indicado ter o acompanhamento de um pediatra para a orientação do esquema alimentar da criança. “Esperamos que os médicos estimulem o aleitamento e recomendem a fórmula apenas quando há impedimento no processo”, finaliza o doutor. 

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