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Pular o café da manhã aumenta risco de transtorno de ansiedade em crianças

Estudo concluiu ainda que fazer a primeira refeição do dia fora de casa também pode influenciar na saúde mental dos jovens. Entenda

Por Carla Leonardi
7 set 2022, 10h00
Café da manhã em família
 (skynesher/Getty Images)
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De acordo com um estudo publicado na revista científica Frontiers in Nutrition, o hábito de pular o café da manhã aumenta o risco de crianças e adolescentes desenvolverem problemas de saúde mental, implicando sintomas relacionados ao humor, à baixa autoestima e à ansiedade. A pesquisa foi desenvolvida em parceria por estudiosos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e pelas Universidades de Castilla-La Mancha e de Zaragoza, na Espanha.

Os dados analisados foram coletados pelo Questionário Nacional de Saúde da Espanha, em 2017, que trazia perguntas aos pais relacionadas aos hábitos alimentares pela manhã e à saúde psicossocial de seus filhos, um total de 3.772 jovens entre 4 e 14 anos. O estudo registrou ainda informações como idade, sexo, região onde vivem e se são imigrantes.

A conclusão foi de que não apenas deixar de fazer a primeira refeição do dia, mas também fazê-la em outro lugar que não na própria casa, pode ser prejudicial para a saúde. Entre os jovens analisados, aqueles com o costume de pular o café da manhã tinham 3,29 vezes mais chances de desenvolver problemas de comportamento, enquanto os que tomavam o café fora de casa eram 2,06 vezes mais propensos a ter problemas psicossociais.

Irmãos-dividindo-o-cafe-da-manha
(Catherine Delahaye/Getty Images)

Falta de nutrientes e de interação familiar

Entre as possíveis explicações, os pesquisadores apontam o déficit nutricional, afinal, os nutrientes faltantes podem não ser recuperados ao longo do dia nas outras refeições, o que é reforçado pela probabilidade de os alimentos consumidos fora de casa serem menos saudáveis e nutritivos. O estudo aponta ainda que o consumo de opções como cereais, leite, chá, café, pão e iogurte está associado a um comportamento melhor, enquanto ultraprocessados, presunto, queijo e ovos aparecem mais relacionados a problemas de saúde.

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Outra possibilidade apontada pelos especialistas é o fator social da primeira refeição do dia, considerando que a interação com a família – sobretudo com os pais ou outros adultos responsáveis – nesse momento da rotina diária pode ser muito benéfica para crianças e adolescentes. 

“Esse resultado é clinicamente significativo, já que problemas comportamentais psicossociais na população jovem são algumas das principais preocupações do mundo”, concluem os autores do artigo. “Talvez seja possível ressaltar a importância de focar não apenas na ingestão do café da manhã, mas também nos hábitos de consumo de determinados alimentos/bebidas para tentar reduzir os efeitos dos problemas psicossociais de comportamento em populações jovens. No entanto, mais estudos com diferentes abordagens são necessários para verificar as relações de causa e efeito”, finalizam os pesquisadores.

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