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Fim da licença-maternidade: como manter a amamentação?

Não é fácil voltar ao trabalho após licença maternidade, mas manter o aleitamento garante saúde e imunidade para o filho e faz o retorno menos traumático

Por Abril Branded Content
Atualizado em 25 jul 2017, 14h58 - Publicado em 13 jul 2017, 18h28

A maternidade tem muitos momentos marcantes, verdadeiros divisores de águas que transformam a vida da mãe e do bebê. E a volta ao trabalho é um deles. Após meses de cuidados, aprendizados e convivência intensa com o bebê, vem a ruptura. E as mães, que finalmente estavam pegando o jeito da coisa, começam a sofrer, se questionar e se culpar antes mesmo de a licença acabar.
Fim da licença-maternidade: como manter a amamentação?
Foi assim com a arquiteta Mariana Zandonadi Angelo, 36, mãe de Olívia, hoje com 3 anos. “Chorei muito antes de voltar ao trabalho. Eu me perguntava: será que ela vai ficar bem sem mim? Será que vai tomar o leite que deixei? É uma quebra muito brusca. A gente deveria começar trabalhando meio período e ir se adaptando aos poucos. Mas confesso que, depois que voltei, senti-me muito bem sendo útil de outras formas”, lembra.

Depois de algumas tentativas, ela chegou ao seguinte esquema: ordenhava duas vezes por dia, às 11 horas e às 15 horas, colocava o leite numa bolsa térmica e levava-o à padaria da esquina do seu trabalho para deixar no freezer de sorvetes. “Fiz isso durante seis meses. Era meio constrangedor, mas eu só tinha essa opção porque o frigobar do escritório não dava conta de congelar o leite”, conta.

Ela só parou o processo de ordenha quando percebeu que o peito já não produzia mais tanto leite – a Olívia já tinha quase 1 ano de idade. Depois dessa fase, a bebê continuou mamando sempre que dava, antes de Mariana ir para o trabalho, na volta e na hora de ela dormir, fora as madrugadas, quando mamava de três em três horas. Ela só desmamou definitivamente com 2 anos e 4 meses. “Era o nosso aconchego”, salienta.

Para Mariana, a amamentação sempre foi algo que ela queria manter até quando ela ou a bebê quisessem. Não foi preciso procurar ajuda para as dificuldades da amamentação, mas ela contou com a pediatra, que respondia a qualquer dúvida. “Mas reconheço que tive um processo bem natural, sem crises”, confessa.

E o que ela tem a dizer às mamães que vão começar agora a amamentação? “Que entendam que esse líquido é um antídoto para nossos filhos e amor em forma de leite! E que não escutem algumas (várias) opiniões alheias, mas, sim, sigam o seu coração”, ensina. “A amamentação e a sua duração vão de mãe pra mãe, mas acho fundamental esse elo de mãe e filho. Sempre foi um prazer amamentar. Fiz isso até o último dia”.

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Seguro e com afeto

E é assim mesmo. Apesar de difícil, a volta à vida profissional será positiva para mãe e bebê. “É importante pensar que o retorno ao trabalho pode ser saudável para ambos. As mães devem ter em mente que ‘dedicação exclusiva’ para o bebê não é garantia de nada. O importante é fazer o que é possível e garantir um ambiente seguro e com afeto para a criança. Isso já alivia muita culpa que algumas mães possam vir a sentir”, explica Ana Beatriz Bozzini, pediatra e hebiatra com formação em psicanálise do Hospital Infantil Sabará.

Uma das maneiras para garantir um retorno menos estressante, tanto para a mãe quanto para o bebê, é manter a amamentação. “Existe o fator de proteção imunológica, que é importante até os 12 meses de idade. Sempre digo que cada mamada equivale a uma vacinada. Mas outro lado fundamental é o vínculo da mãe com o bebê, que somente a amamentação consegue promover. Manter esse processo torna a volta ao trabalho menos traumática para a mãe”, garante Marcelo Reibscheid, pediatra da UTI neonatal do Hospital São Luiz.

Na prática

Para manter a amamentação é preciso planejamento. Uma boa dica é começar a armazenar o leite materno 15 dias antes de voltar ao trabalho, que é o prazo máximo para mantê-lo congelado. Na geladeira, o leite dura apenas 24 horas.

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“A retirada do leite pode ser realizada com bomba elétrica, bomba manual ou ordenha manual (realizada com as mãos), o que for mais confortável para a mulher. Se possível, o ideal é que, no trabalho, ela possa retirar a cada três horas, semelhante ao intervalo das mamadas do bebê”, ensina Alexandrina Dittrich, enfermeira obstétrica e consultora em amamentação, idealizadora do projeto Luz do Cuidar, consultoria materna. O leite deve ser armazenado em potes de vidro esterilizados e transportado em bolsas térmicas.

É trabalhoso e cansativo, mas Alexandrina garante que o esforço vale a pena. “O leite materno é o alimento mais completo que existe. Ele contém células vivas, hormônios, enzimas ativas, anticorpos e pelo menos outros 400 componentes singulares. Sua composição é específica e sutilmente modificada de acordo com as necessidades nutricionais e imunológicas do bebê. Amamentar hoje é pensar no futuro!”, completa.

Abaixo, conheça também a história da Camila.

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