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Destra ou canhota: quando a criança define a mão dominante

Saiba em que idade a lateralidade é estabelecida e quais são os principais fatores envolvidos nesse processo

Por Carla Leonardi
Atualizado em 10 ago 2022, 11h08 - Publicado em 10 ago 2022, 11h05
Crianças desenhando
 (Karolina Grabowska/Pexels)
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Seu filho começou a desenhar, mas cada hora segura o lápis com uma mão diferente? Durante as refeições, ele passa o garfinho ou a colher de um lado para o outro várias vezes para pegar a comida? Se a resposta das duas perguntas é positiva e você anda intrigada para saber se o pequeno será destro ou canhoto, saiba que essa definição pode demorar um pouquinho. “A expressão da mão dominante começa entre os 2 e os 4 anos de vida, mas, nessa fase, as crianças ainda costumam usar ambas as mãos para as atividades”, explica a neuropediatra Paula Girotto.

Segundo a especialista, a maior parte das crianças estabelece, de fato, a dominância do lado entre os 4 e 6 anos, “mas uma minoria tende a usar ambas as mãos por um período ainda mais prolongado”, destaca.

Quando começa a definição da lateralidade?

A resposta para essa pergunta não é exata, mas sabe-se que, ainda durante a gestação, alguns fatores vão sendo determinados. “A dominância manual é um traço humano complexo. Alguns estudos recentes sugerem que há uma interação entre fatores gestacionais, fatores culturais e uma combinação de até 40 genes herdados dos pais para que a definição seja feita. Portanto, podemos afirmar que a dominância começa a ser definida ainda dentro do útero, mas só vai se completar na primeira infância”, detalha Paula.

Posso incentivar meu filho a usar só a mão direita?

Antigamente, era comum desestimular as crianças que escreviam com a mão esquerda, obrigando-as a usar a direita. A prática, inclusive, estava presente em escolas, já que muitos acreditavam que o “certo” era ser destro.

A neuropediatra alerta, porém, que essa é uma atitude prejudicial. “Quando treinamos a mão não-dominante ao invés da dominante verdadeira, podemos prejudicar a coordenação e a destreza da mão que seria naturalmente mais adequada para realizar as tarefas”, explica. Além disso, não há qualquer necessidade de tentar impedir a criança de ser canhota.

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(Arte: Victoria Daud/ Imagem: Weekend Images Inc./Getty Images)

Ambidestros são a minoria

De acordo com Paura Girotto, entre 85% e 90% das crianças acabam se definindo destras, enquanto de 10% a 15% são canhotas. Já as ambidestras – aquelas que conseguem usar as duas mãos para as mesmas habilidades – são raras, assim como as que têm dominância mista (quando preferem mãos diferentes para realizar tarefas distintas, como escrever com a direita e tocar um instrumento com a esquerda).

Herança genética

Como já sabemos, há uma interação entre dezenas de genes herdados dos pais e, portanto, não se trata da herança simples de um gene que define a dominância. “Para exemplificar como essa definição é complexa, mesmo com pai e mãe canhotos, a criança ainda tem maior probabilidade de ser destra, já que essa é a maioria da população”, aponta a neuropediatra.

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Ou seja, não dá para prever qual será a mão preferida do seu filho. Até a lateralidade dele ser definida, observe. Esta é só mais uma parte do fascinante desenvolvimento dos pequenos.

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