Imagine você ter que provar que é mãe do seu próprio filho para poder embarcar num voo. Foi exatamente por essa situação que a americana Lindsay Gottlieb passou na última segunda-feira, 28, enquanto tentava ir de Denver para Oakland, nos Estados Unidos. Uma funcionária da companhia aérea Southwest Airlines a obrigou a comprovar o parentesco com seu filho Jordan, de 1 ano.
A mãe é técnica do time de basquete da Universidade da Califórnia e viajava ao lado do noivo Patrick Martin, que é negro e pai do pequeno. Eles apresentaram o passaporte da criança, mas mesmo assim a funcionária não só pediu pela certidão de nascimento – alegando ser uma “lei federal” – como ainda perguntou para Lindsay se ela poderia provar que ela era de fato a mãe do garotinho com postagens feitas no Facebook.
No Twitter, a americana – que é branca – escreveu: “Ela disse que era porque temos sobrenomes diferentes. Mas acho que é porque ele tem uma cor de pele diferente”. E acrescentou: “Uma mãe ao meu lado disse que nunca lhe pediram provas, apesar do último nome ser diferente”.
@SouthwestAir I’m appalled that after approx 50 times flying with my 1 year old son, ticket counter personnel told me I had to “prove” that he was my son, despite having his passport. She said because we have different last name. My guess is because he has a different skin color.
— Lindsay Gottlieb (@CoachLindsayG) May 28, 2018
@SouthwestAir she 1st asked for proof with birth certificate. She then said it’s a “federal law” (not true) but asked me to prove I’m mother with Facebook post.What??Mother next to me said she’s never been asked for proof despite diff last name..not shockingly, not mixed face fam
— Lindsay Gottlieb (@CoachLindsayG) May 28, 2018
Lindsay ressaltou que Jordan tem viajado frequentemente com ela e com e o time de basquete nesta temporada e, mesmo depois de pegar cerca de 50 voos, essa foi a primeira vez que ela teve de passar por algo tão constrangedor. “Foi degradante e insensível, sem dizer ineficiente. Eu teria perdido o voo caso ele não estivesse atrasado. Eu os aconselho a treinarem melhor seus empregados a fim de evitar que isso aconteça com outras pessoas”, criticou a mãe nas redes sociais.
O caso tomou tamanha repercussão que até mesmo a modelo Chrissy Teigen, mulher do cantor John Legend, acabou respondendo ao tweet feito pela americana. “As companhias aéreas também me pediram isso com minha filha. Uma vez que aprendi que é uma precaução para real ameaça do tráfico de crianças, deixei de ficar exasperada com isso. Agora fico meio preocupada quando eles não perguntam”, escreveu a mãe de Luna e Miles, que veio ao mundo no dia 16 de maio.
https://twitter.com/chrissyteigen/status/1001546906105856000
Segundo política da Southwest Airlines, não há nenhuma recomendação para verificar se o sobrenome da criança corresponde ao do acompanhante adulto em voos domésticos. O que chamou a atenção neste polêmico episódio é que não bastou o fato do pai estar presente, do sobrenome de Patrick ser o mesmo do filho, do casal mostrar não só o passaporte como a certidão de nascimento, mas ainda ter que provar a maternidade de Lindsay com postagens no Facebook.
Em um comunicado, a empresa disse: “Entramos em contato com a senhora Gottlieb para ouvir suas reclamações e vamos utilizar a situação como uma forma de orientação para nossos empregados. Pedimos desculpas se nossa interação fez a família ficar desconfortável, essa nunca foi nossa intenção”.
“Espero que a cobertura recebida possa servir como uma oportunidade de aprendizado e que todas as famílias – independentemente de quão ‘tradicionais’ possam ou não parecer – sejam tratadas com dignidade e respeito”, destacou a mãe.