Entusiasmados com a ideia de que um novo membro da família está a caminho, muitos pais planejam festas para revelar o sexo do bebê conhecidas popularmente como chá revelação. Só que as proporções cada vez maiores das celebrações podem acabar resultando em catástrofes perigosas. Esse foi o caso do incêndio que atingiu 2.832 hectares em San Bernardino e Yucaipa, na Califórnia, no sábado (5).
Em um comunicado do Departamento Florestal e de Prevenção de Incêndios do estado, foi sinalizado que o acidente aconteceu devido a um “dispositivo pirotécnico gerador de fumaça” usado em um chá de revelação. A situação levou a blogueira Jenna Karvunidis, uma das primeiras a realizar este tipo de festa em 2008, a se pronunciar sobre o assunto e pedir para pais pararem com este tipo de comemoração.
“Ah meu deus, NÃO. O fogo que evacuou partes da Califórnia é de uma festa de chá relevação. Parem. Parem de fazer este tipo de festas estúpidas”, escreveu Jenna em um fórum online, que ganhou grande repercussão na mídia. A influenciadora digital continuou o desabafo pedindo para que pessoas parassem de queimar coisas para revelar o sexo do bebê e defendeu que precisar de atitudes grandiosas com uso de fogo era reflexo de uma masculinidade tóxica que faz com que pais acreditem que é preciso de atitudes grandiosas para contar que é um menino.
Jenna também expôs que desde o incêndio, ela vem recebendo mensagens de ódio por ter sido a idealizadora do chá revelação. Ele aconteceu em 2008, quando ela recheou um bolo com glacê rosa para dizer à família e aos amigos que uma menina estava a caminho (era a primeira filha do casal, que hoje já tem mais três crianças). Ainda no fórum, ela escreveu: “Só porque eu sou a inventora da revelação de gênero não significa que eu acho que as pessoas deveriam queimar suas comunidades”.
Essa não é a primeira vez que Jenna vem a público para dizer que não concorda mais com a ideia do chá revelação. Em 2019, ela usou uma publicação no Facebook para explicar que a divulgação sobre a ideia aconteceu quando a revista The Bump a procurou e ela chegou até a ilustrar a reportagem. Mas que aquilo que ela acreditava hoje não era o mesmo de 2008.
“Eu tenho uma confusão de sentimentos sobre minha contribuição para a cultura. Explodiu em uma loucura depois disso. Literalmente – tiroteios, incêndio em florestas e mais ênfase no gênero do que é necessário para um bebê. Quem se importa com qual? Eu fiz o chá revelação na época porque não vivíamos em 2019 e não sabíamos o que sabemos agora – que atribuir o foco ao gênero no nascimento deixa de fora muito do potencial e talentos da criança que não têm nada a ver com o que está entre suas pernas”, enfatizou a influenciadora.
No fim da legenda, ela ainda brincou que gênero era tão irrelevante que a reviravolta de toda história era que a sua primeira filha estava vestindo um termo, roupa considerada majoritariamente masculina. Ainda bem os tempos mudam, né?