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Festas de final de ano: que comidas típicas o bebê pode e não pode comer?

Entenda se os pequenos em fase de introdução alimentar estão liberados para saborear as delícias que compõem a mesa de Natal e de Ano Novo

Por Da Redação
Atualizado em 19 dez 2022, 12h42 - Publicado em 18 dez 2022, 14h00
garota em frente a uma árvore de Natal cheia de presentes com um biscoito em forma de boneco na boca
 (Vicky Kasala Productions/Getty Images)
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Peru, bacalhau, panetone, frutas secas, rabanada… Dá para salivar só de pensar no cardápio típico das mesas de final de ano. A refeição em família é uma parte importante das celebrações de Natal e de Ano Novo e, lógico, os pais querem incluir os filhos que comemoram essas datas pela primeira vez. Mas o que será que os bebês que já começaram a introdução alimentar podem experimentar, para começar a entrar nas tradições, sem prejuízo à saúde?

A pediatra Renata Aniceto, membro do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e especialista em alimentação infantil, lista as comidas que você pode oferecer com segurança para o bebê e os pratos que ele terá de esperar mais um pouquinho para provar.

Bacalhau

“O peixe é uma fonte de proteína animal rica em gordura boa, como DHA (ômega 3) e zinco”, explica ela. “Tem também nutrientes importantes para o neurodesenvolvimento e para a imunidade. Porém, é conservado em sal que, segundo as normativas em introdução alimentar da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), deve ser evitado – principalmente em excesso – no primeiro ano de vida”, diz. Logo, é melhor pular, por enquanto. A boa notícia é que dá para substituir o bacalhau por outros peixes, como salmão, tilápia ou pescada, para fazer receitas deliciosas e nutritivas.

Tender, lombo e pernil 

“De acordo com o departamento científico de Nutrologia da SBP, a carne de porco está liberada para bebês a partir dos 6 meses de idade. Mas não se anime”, alerta Renata. Na composição desses produtos servidos no final do ano, que vêm temperados normalmente, encontramos ingredientes que não são indicados para crianças pequenas – xarope de glicose, glutamato monossódico e corantes, por exemplo. Por isso, é importante ficar atento aos rótulos. “Uma opção melhor seria oferecer a carne suína mesmo, assada ou cozida, desfiada ou em pedacinhos, preparada com temperos caseiros”, recomenda.

Chester ou peru

Quase sinal verde! “De todas as carnes natalinas, as de aves talvez sejam as mais indicadas”, afirma a pediatra. Segundo ela, os componentes artificiais vêm em menor quantidade e a conservação costuma ser mais natural. “Ainda assim, o preparo caseiro, de carne de aves com temperos naturais e sem sal é melhor”, afirma.

Frutas cristalizadas

Elas precisam ser riscadas do cardápio de bebês, porque são preparadas com açúcar, ingrediente que deve ser completamente evitado pelo menos até os 2 anos, já que está relacionado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas, como obesidade e diabetes. “A melhor substituição são as frutas, que são naturais, deliciosas e nos ajudam a trabalhar o paladar e os hábitos alimentares na infância”, sugere.

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Frutas secas

Agora sim! “Passas, ameixas secas e tâmaras são exemplos de frutas secas populares. Outras excelentes opções são coco, maçã, damasco, banana, figo, kiwi, manga, pêssego, pera, caqui, abacaxi, morango e tomate”, diz a médica. A fruta é submetida ao processo de desidratação, que a conserva mesmo na ausência de refrigeração. Portanto, é um tipo de alimento que pode ser consumido por bebês. Renata dá ainda uma dica que serve não só para o Natal e para o Ano Novo, mas para todos os meses: “Um uso bastante orientado é o da uva passa para adoçar receitinhas nesta fase”. Atente apenas para o tamanho e formato, para evitar engasgos.

pernas de duas crianças sentadas em cadeirões de alimentação. Elas usam meias com temática de Natal
(Orbon Alija/Getty Images)

Castanhas e nozes

As castanhas e nozes são excelentes fontes de DHA (ômega 3) e selênio, dois nutrientes importantes no desenvolvimento cognitivo, segundo a pediatra. “Por isso, podem e devem ser consumidas, desde que trituradas e misturadas às frutas“. A recomendação é de que a ingestão seja imediata, para evitar a perda de nutrientes.

Panetone e chocotone

Elimine da lista! “Produtos industrializados não são indicados para o consumo desta faixa etária”, diz a especialista. Ela explica que os pais podem abrir uma exceção, mas apenas se forem panetones feitos em casa, sem açúcar, adoçados com uva passa.

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Lentilha

Quem não quer que o filho comece um novo ano com muita fartura? De acordo com as tradições populares, comer lentilha à meia-noite ajuda. Bem, ainda que seja só lenda, se isso não garantir prosperidade, pelo menos vai garantir uma refeição nutritiva! “A lentilha é do grupo das leguminosas. Esta proteína vegetal é rica em ferro e cálcio e é indicada e liberada já a partir dos 6 meses de vida”, aponta a médica.

Uvas e romã

Consumi-las também promete sorte no ano que vai começar. E elas já podem entrar, sim, no cardápio dos pequenos. “As frutas são liberadas a partir do sexto mês de vida e, além de conter vitaminas importantes, têm ação antioxidante, pois são ricas em flavonoides”, explica Renata. Aproveite!

Farofa

A resposta é: depende! Na verdade, vai de acordo com o preparo. “As farofas, em geral, levam manteiga, que é derivado de leite de vaca e, portanto, não é indicado para crianças abaixo de 1 ano de idade”, ressalta. Segundo ela, no entanto, é possível fazer uma farofa de castanhas supernutritiva, por exemplo.

Arroz com passas

A briga de todo final de ano… Arroz com passas ou sem passas? De que lado seu filho vai ficar? Para decidir, só mesmo experimentando. E dá para começar desde já! “Arroz, seja integral ou branco, pode ser oferecido aos bebês, inclusive com a adição das passas”, orienta.

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Rabanada

É melhor dar tempo ao tempo e esperar mais um pouco. Renata explica que essa receita típica do Natal, que é uma delícia, leva ingredientes como leite e açúcar, que não são liberados para os bebês. “Uma alternativa é fazer uma receita sem leite e açúcar, mas aí pode ser que não dê para sentir o sabor de uma autêntica rabanada! Vale esperar até 1 ano e preparar uma versão apenas sem açúcar”, indica.

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