Nomeadas em homenagem a John Braxton Hicks, primeiro médico a relatá-las, as contrações popularmente conhecidas como “de treinamento” são comuns, mas nem por isso deixam de gerar muitas dúvidas e preocupações. Para entender melhor o assunto, conversamos com a ginecologista, obstetra e mastologista Erika Kawano, que explicou tudo que você precisa saber. Veja, a seguir, as orientações da especialista.
“As contrações de treinamento – chamadas de Braxton Hicks – costumam surgir a partir do terceiro trimestre, mas em algumas mulheres podem começar até um pouco antes, a partir da 20ª semana. Elas funcionam mais ou menos como um treinamento, um preparo para o trabalho de parto.
Essas contrações duram, no máximo, de 1 a 2 minutos e têm como principal característica a irregularidade. Elas não têm periodicidade definida, deixam a barriga dura em algumas regiões e podem vir com uma sensação dolorida, mais como um desconforto, embora às vezes não causem dor alguma.
Entre os fatores que podem desencadear essas contrações de treinamento estão relações sexuais, movimentos do bebê dentro do útero, esforço físico e até desidratação. É importante destacar ainda que a mulher que está tendo muitas Braxton Hicks deve avisar o médico para que seja feito um possível diagnóstico de útero irritável, que pode demandar o uso de alguns medicamentos.
Contrações de treinamento ou trabalho de parto?
Para a mulher que ainda está na primeira gravidez – e mais no final da gestação – é possível, sim, confundir as contrações de treinamento com as do trabalho de parto. Mas o que as distingue é que elas são irregulares e não progridem, ou seja, a intensidade e a frequência não vão aumentando com o passar do tempo, e elas melhoram sozinhas. Além disso, não costumam ser tão dolorosas.
A grande diferença das contrações de trabalho de parto é que essas têm periodicidade e ritmo. Conforme o tempo passa, a duração vai aumentando e o intervalo entre elas vai diminuindo. Essas contrações do parto duram de 30 a 40 segundos e a barriga fica bem dura de maneira mais uniforme, desde a altura do estômago. Outro sinal importante é que elas não melhoram, não passam sozinhas. Por isso, nós orientamos que a gestante anote as contrações para saber se elas têm ritmo.”