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Maternidade lésbica: mulheres contam como formaram uma família

Conheça a história de casais homossexuais que realizaram o sonho de ter um filho e provam que toda forma de amor deve ser respeitada.

Por Luísa Massa
Atualizado em 28 out 2016, 01h13 - Publicado em 5 mar 2016, 18h23
DGLimages/Thinkstock/Getty Images
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Casais sem filhos, mulheres que criam os pequenos sozinhas, avós educando os netos, divorciados que unem suas famílias, crianças com dois pais ou duas mães… De acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as formações familiares brasileiras estão cada vez mais diversas. Segundo o levantamento, existem no país 60 mil famílias homoafetivas, sendo 53,8% delas formadas por mulheres. E é sobre elas e como realizaram o sonho da maternidade que vamos falar!

Muitos casais lésbicos veem na adoção uma alternativa para concretizar o desejo de ter filhos. É o caso da administradora Daniela Avelina, de 34 anos, e da nutricionista Madalena Fernandes, de 44, que têm seis anos de relacionamento, moram juntas desde que completaram cinco meses de namoro e hoje são mães de um menino de 5 anos. “Eu sempre quis ser mãe, mas na verdade, nós não decidimos ter um filho, surgiu uma oportunidade. Conhecemos a mãe biológica do Pedro através da cunhada da minha esposa. Ela era muito nova e não tinha condições para criar o bebê e chegou a oferecer a criança, mas ficamos receosas. Quando o pequeno nasceu, a ideia persistiu e então falamos com ela novamente para ver se essa era mesmo a sua intenção”, explica Daniela.

Como a vontade da mãe biológica era realmente a de entregar o recém-nascido, Daniela e Madalena contrataram um advogado para dar entrada em um processo de adoção. E, em uma decisão inédita da Justiça brasileira, o j uiz da Vara da Infância e Adolescência da Comarca da Vitória da Conquista permitiu que o menino fosse registrado com o nome das três mães: a biológica e as adotivas.

Diferente de muitas pessoas, elas nunca pensaram em recorrer a técnicas de reprodução assistida. “Quando comecei a me relacionar com mulheres, adotar sempre foi minha primeira opção. Sinceramente, eu acho egoísmo descartar uma criança porque ela não tem o seu sangue. Não há diferença: filho é filho”, ressalta a administradora.

Arquivo pessoal
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Madalena, Daniela e o filho, Pedro

Outros casais não abrem mão de viver a experiência da gestação e, por isso, acabam preferindo a inseminação artificial ou a fertilização in vitro. Esse foi o caso de Aline Marinho, de 29 anos, e de Vanessa Pinheiro, de 33, que estão juntas há 13 anos e são casadas há 5. Quem passou pelo procedimento foi Vanessa e, depois de 10 meses de tratamento e três tentativas, as mamães conseguiram o tão esperado positivo! “Por mais que sejamos duas mulheres, nós fizemos tudo de maneira tradicional: namoramos, noivamos, casamos, compramos uma casa e sempre recebemos o apoio dos parentes. O nosso chá de bebê teve 120 convidados, sendo que 90% das pessoas eram familiares. Meus avós compareceram, assim como as tias avós da Vanessa. O Miguel foi uma criança muito esperada e todos estavam felizes!”, conta Aline. Hoje, o pequeno tem oito meses de vida.

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Vanessa, Aline e o filho, Miguel

Já Isabella Oliveira teve uma história diferente. Sua parceira, Júlia Caparroz, suspeitava que estava grávida quando as duas se conheceram. Tudo começou com uma grande amizade, mas elas foram se aproximando cada vez mais. “Aos poucos fui demonstrando o meu interesse e sentimento. Até que depois de um mês começamos a namorar. Ela fez o teste e juntas tivemos a certeza de receber a maior alegria das nossas vidas: ter um bebê”, explica Isabella. O casal está junto há oito meses e a criança chegou ao mundo no dia 4 de janeiro de 2016. Apesar de toda a alegria, elas sofreram preconceito e ouviram diversos julgamentos. “Algumas pessoas me falaram que eu iria estragar a minha vida assumindo essa responsabilidade, que eu não deveria me casar”, comenta Isabella. Mesmo escutando esses palpites, ela lutou para viver aquilo em que acreditava e hoje, após o nascimento da filha, a relação está mais tranquila. “Stella ainda é novinha, tem apenas dois meses, mas estamos ensinando-a a chamar as duas de mamãe e já dá para perceber o afeto que ela tem por nós. Conforme ela for crescendo, vamos explicar como as coisas aconteceram”, assegura a mamãe.

Arquivo pessoal
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Isabella, Julia e a filha, Stella

 

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