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Transplante de útero: estudo indica que procedimento é seguro e eficaz

Pesquisa desenvolvida na Suécia acompanhou mulheres que receberam o útero de doadoras vivas e engravidaram por meio de fertilização in vitro. Entenda!

Por Carla Leonardi
Atualizado em 21 jun 2022, 16h13 - Publicado em 21 jun 2022, 16h13

O transplante de órgãos é uma prática conhecida, mas é verdade que alguns tipos chamam mais a atenção, principalmente aqueles que ainda são pouco realizados. Um desses casos é o transplante de útero, procedimento que objetiva dar à mulher com o órgão disfuncional a capacidade de engravidar. De acordo com o primeiro estudo completo do mundo sobre transplante uterino, desenvolvido da Universidade de Gothenburg, na Suécia, esse é um método eficaz e seguro.

O artigo publicado na revista Fertility and Sterility traz dados sobre o procedimento feito a partir de doadoras vivas. De nove casos de mulheres que receberam um útero por meio de transplante, sete seguiram pelo tratamento de fertilização in vitro e seis delas engravidaram e deram à luz, sendo que três tiveram gêmeos. Ou seja, o grupo estudado teve um total de nove bebês, todos saudáveis.

Cuidado na gestação: Riscos de gravidez ectópica saiba os sinais
(Karl Tapales/Getty Images)

Estudo inovador

Segundo os pesquisadores, sabe-se que o número de casos estudados foi pequeno, mas o material ainda é considerado o mais avançado da área, considerando sua extensão e o longo período de acompanhamento da saúde mental e física das participantes.

“Esse é o primeiro estudo completo já feito e os resultados superam as expectativas em termo de taxas de gravidez clínica e de partos”, afirma Mats Brännström, professor de ginecologia e obstetrícia da Sahlgrenska Academy que lidera o trabalho. “As crianças continuam saudáveis e a saúde das receptoras e das doadoras também segue boa de um modo geral”, acrescenta.

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De acordo com os resultados, nenhuma doadora relatou sintomas pélvicos, mas a pesquisa descreve sintomas leves e parcialmente transitórios ligados a desconfortos e um pequeno inchaço nas pernas. Já depois de quatro anos, a qualidade de vida do grupo que recebeu o transplante foi, na média, maior do que na população geral. Além disso, nem receptoras nem doadoras apresentaram níveis de ansiedade ou depressão que exigissem tratamento. As crianças também estão sendo acompanhadas e esse monitoramento, planeja-se, deverá seguir até a vida adulta.

Imagem de um embrião sendo fertilizado em laboratório
(vchal/Thinkstock/Getty Images)

Compartilhando conhecimento

O primeiro parto no mundo depois de um transplante de útero aconteceu em Gothenburg em 2014. Desde então, o grupo de pesquisa compartilha métodos, técnicas e conhecimento com pesquisadores de outros países e, até o fim de 2021, 90 transplantes haviam sido realizados no mundo (20 deles na Suécia) – desse total, 50 crianças nasceram.

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Espera-se que, com base nos dados recebidos pela Sociedade Internacional de Transplante de Útero (ISUTx) a partir desses procedimentos, novos métodos sejam criados, tornando a cirurgia ainda mais segura e eficaz.

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