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Carimbo de placenta: o que é e como a arte é feita

Trata-se de uma lembrança especial do dia do nascimento de um filho, que pode ser emoldurada e levada para casa!

Por Isabelle Aradzenka
Atualizado em 7 fev 2023, 17h09 - Publicado em 4 fev 2023, 10h00

A placenta é a primeira casa de todo ser humano! “É um órgão extraordinário que se forma durante a gestação, com o único propósito de garantir o desenvolvimento do bebê”, diz Raquel May (@almadedoula_), doula e educadora perinatal.

Ela faz as trocas necessárias de nutrientes e oxigênio durante os nove meses de gravidez e é o único órgão do corpo humano que é descartado após cumprir sua “missão”. “Não é por acaso que a chamamos de ‘árvore da vida’. Não apenas pelo seu formato, que lembra uma árvore, mas sobretudo por ser um órgão essencial para o bebê enquanto ele está intraútero”, completa Cláudia Bianka Manhães (@obstetra_bianka_manhaes), ginecologista e obstetra.

Por tudo isso, a placenta carrega consigo uma linda simbologia: é a primeira forma de conexão entre a mãe e o bebê. “Carimbar o órgão nada mais é do que uma maneira de guardar para sempre algo que foi tão importante na formação e no bem-estar da sua criança”, diz Cláudia.

A arte conhecida como “carimbo de placenta” eterniza o momento do parto através de uma recordação em papel. Pode-se também escrever uma mensagem especial na folha, bem como o dia, o horário e o local em que ele aconteceu. “No futuro, a lembrança poderá ser apreciada pela própria pessoa que nasceu”, conta Raquel.

Em geral, a pintura está inclusa na assistência da doula ou obstetra que acompanhou a família no parto. “Todas as pacientes que acompanho na rede pública ou particular recebem como um presente. Afinal, a placenta é da família e a arte pertence a ela”, diz Cláudia. Para carimbos de placenta mais elaborados, algumas profissionais preferem cobrar à parte. “Os emoldurados e com pintura em aquarela, por exemplo, podem variar de 80 a 100 reais”, acrescenta Raquel.

carimbo de placenta com sangue
(Raquel May/Arquivo Pessoal)
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Como é feito o carimbo de placenta?

Ele normalmente é feito por doulas ou por outras profissionais de assistência à saúde, logo após o parto. “Para entender como a arte é produzida, é importante lembrar que o bebê está conectado à placenta através do cordão umbilical”, explica a educadora perinatal.

Depois do nascimento, o cordão é clampeado (ou seja, comprimido e cortado) e o bebê será enfim “desconectado” do corpo da mãe. A partir daí, acontece a dequitação da placenta. Em outras palavras, o órgão se desprende da parede uterina da mulher e é expelido. “Com uma folha branca (preferencialmente de gramatura mais grossa) é realizado um carimbo desta placenta”, diz Raquel.

placenta que será carimbada

O desenho – feito com a face fetal do órgão (aquela que está em contato direto com o bebê) fica muito parecido com uma árvore. “Se o cordão umbilical for de um tamanho maior, é possível desenhar um coração na ponta também”, conta Cláudia.

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Dá para personalizar?

É possível criar o carimbo em nascimentos por via de parto normal, cesariana e até em casos de perda gestacional, basta que a placenta esteja preservada para a arte. O “print” é feito com o próprio sangue do órgão ou com pigmentos coloridos e aquarela. “As tintas permitem uma gama de possibilidades. Podemos ajustar as cores da arte de acordo com o bebê e a família, além de pintar os pés e as mãos da criança”, explica a obstetra.

Nesta versão do carimbo, é preciso secar o sangue antes de aplicar a coloração. Depois disso, a profissional pode adicionar os dados do parto (e até um mapa astral) na folha. “A família pode fazer um quadro da pintura e deixar no quarto do bebê. Eu prefiro personalizar de acordo com os pais. Por exemplo, se eles escolheram uma cor base na decoração, eu procuro um tom de tinta que se assemelhe ao ambiente. Vai de acordo com quem vai produzir a lembrança”, afirma Cláudia.

Carimbo de placenta
(Cláudia Bianka Manhães/Arquivo Pessoal)

É possível reutilizar a placenta depois?

O processo de produção do carimbo, quando feito somente com o sangue, não prejudica a placenta. “É possível reutilizá-la em outros rituais – como encapsular para uso medicinal”, diz Raquel. Mas caso se use tinta, o ideal é descartar o tecido em ambiente hospitalar. Há exceção se o objetivo é enterrar a placenta em uma muda de planta (para vê-la crescer junto com a criança). “Não há grande problema em usar a tinta. Basta retirar o excesso do pigmento antes de plantá-la”, completa Cláudia.

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