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Previna um parto prematuro

Conheça os cuidados que ajudam a controlar as principais causas de um nascimento antes da hora.

Por Daniela Diniz (colaboradora)
Atualizado em 26 out 2016, 11h46 - Publicado em 14 Maio 2015, 11h39
nattanan726/Thinkstock
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A bolsa estoura na hora errada. O líquido amniótico diminui. A placenta descola. E o bebê chega antes do planejado. De acordo com o estudo “Prematuridade e suas possíveis causas”, realizado por 12 universidades brasileiras com o apoio do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Ministério da Saúde, divulgado em 2013, 11,7% dos partos realizados no país são prematuros, colocando o Brasil na décima posição entre os países onde os nascimentos acontecem antes de 37 semanas de gestação. Mas é possível evitar o susto com um pré-natal vigilante e, às vezes, com medicação e repouso.
 
Mais de um a caminho
Se você espera gêmeos, pode montar a mala da maternidade com antecedência. “A gestação de gêmeos dificilmente ultrapassa 36 semanas; e a de trigêmeos, 34 semanas”, alerta a pediatra Alice D’Agostini Deutsch, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. E o motivo é falta de espaço! “O útero fica muito distendido, o que estimula as contrações”, afirma a obstetra e ginecologista Carolina Ambrogini, da Universidade Federal de São Paulo. Se as contrações começam antes de 37 semanas, é preciso repouso. O médico pode indicar ainda medicação com progesterona para adiar o parto.
 
Pressão sob controle
Algumas mulheres têm problemas prévios de hipertensão; em outras o quadro se instala na gravidez (é a pré-eclâmpsia). A pressão alta é uma das principais vilãs do parto prematuro. Por isso, faça questão de medir a pressão em todas as consultas do pré-natal. “Não se sabe a causa, mas a pré-eclâmpsia é mais comum na primeira gravidez ou quando a mulher muda de parceiro e aquele é o primeiro filho do casal”, diz Carolina. Os sinais de alerta são inchaço nas mãos, nas pernas e no rosto. O tratamento inclui repouso, medicação e monitoramento do desenvolvimento do feto.
 
Exames em dia
Os hormônios da gestação aumentam o risco de infecções. A urinária é a mais comum e atinge 20% das grávidas. Também as infecções dentárias, principalmente nas gengivas, são frequentes. “Quando há infecção, o organismo produz prostaglandina, substância inflamatória que sensibiliza o útero, deixando-o propício a contrações”, explica Carolina. Entendeu por que seu obstetra pede tantos exames de sangue e de urina? Também não descuide das consultas ao dentista e fique alerta a sintomas como dor ou queimação ao urinar, cheiro forte ou sangue na urina, dor na pelve e febre. O tratamento das infecções com antibióticos e, dependendo do caso, com medicação para inibir as contrações pode afastar o risco de parto prematuro, mas não é garantia de sucesso.
 
A idade conta
É fato. Boa parte dos prematuros nasce de mulheres com mais de 35 anos. O risco está diretamente relacionado à existência de doenças de base, como diabetes, hipertensão e obesidade, cuja incidência aumenta significativamente conforme a idade vai avançando. Agora, se você chegou na casa dos 40 ou perto dela com saúde perfeita, relaxe! Apenas fique de olho na balança e capriche no controle da pressão e do açúcar no sangue.
 
De olho no coração
“Problemas cardíacos da mãe podem comprometer a circulação de sangue na placenta. Aí, a criança recebe pouco oxigênio e nutrientes e se desenvolve menos”, diz Carolina. O aumento do volume de sangue na gravidez também faz o coração trabalhar mais. Às vezes, a mãe com cardiopatia consegue completar os nove meses, mas vale se preparar para uma interrupção precoce se a saúde dela ou a do bebê estiverem ameaçadas. Repouso e visitas frequentes ao obstetra e ao cardiologista são indispensáveis.
 
Alerta a sangramentos
Podem ser sintoma de placenta prévia (quando ela se fixa na parte inferior do útero, recobrindo o colo total ou parcialmente). Conforme a gestação evolui, o útero aumenta e a placenta pode se movimentar. Antes da 20a semana, não se preocupe se ela estiver mais baixa do que deveria. Basta acompanhar a movimentação com ultrassons transvaginais. Depois desse período, sangramentos de qualquer intensidade e corrimento amarronzado são motivos para ir ao hospital. Às vezes, com repouso e medicação, é possível estancar o sangramento e continuar a gestação, embora a mãe talvez precise ficar internada e sob monitoração. “Mas, se a hemorragia for severa ou houver sinal de sofrimento da mãe ou do bebê, a gravidez tem que ser interrompida. Quando há placenta prévia, o parto é sempre cesárea”, diz Carolina.
 
Cuidado com traumas
Hipertensão, queda ou pancadas na barriga podem fazer a placenta descolar – o normal é que ela se desprenda somente depois do nascimento do bebê. Os sintomas são sangramento e dor na região do útero. Corra para o hospital. “O parto tem que ser imediato, pois o descolamento cria um hematoma, que interrompe o fornecimento de sangue e de oxigênio para o bebê”, explica Carolina. Para prevenir, controle a pressão, não dirija no último trimestre, escolha sapatos com solado antiderrapante e fique distante de lugares que ofereçam risco de acidentes.
 
Opa, não é xixi!
Sua gravidez está ótima e, então, ploft! Você sente como se estivesse “vazando xixi”. Foi a bolsa que rompeu. Vá para a maternidade, porque o bebê pode nascer. “Acima de 34 semanas, seguimos com o parto. Antes disso, tentamos inibi-lo, a menos que haja sinal de infecção ou sofrimento”, diz Carolina. Quando dá para esperar, a grávida fica internada, e o feto passa a ser monitorado em tempo integral. “Quando algo ameaça o bem-estar da mulher, do bebê ou de ambos, a natureza é sábia e leva a grávida a ter contrações antes da hora. Significa que o parto é a saída mais segura naquele momento”, afirma Carolina. 
 
Conhecendo o inimigo
A dosagem de fibronectina, substância produzida pelo feto, indica se há perigo de parto prematuro. O risco é proporcional à concentração dela no sangue materno, e essa sondagem é indispensável para quem já teve partos prematuros antes. É um exame rápido, simples e seguro, feito com uma amostra do sangue materno.
 
Água é tudo de bom
A diminuição do líquido amniótico (oligoidrâmnio) só é detectável por ultrassom. Pode ser causada por deficiência do sistema urinário do feto (sim, parte do líquido amniótico é urina do bebê), por insuficiência placentária (que reduz o fluxo sanguíneo para a criança) ou por desidratação materna. Dependendo do nível do líquido, é preciso antecipar o parto. Se não for grave, capriche na hidratação. Beba 2 litros de água por dia, repouse muito e abuse dos banhos de imersão.
 
A ordem é repousar
Perto da 20ª semana, o médico irá medir o colo de útero. Se ele tiver menos de 2 centímetros, há risco de parto prematuro. Algumas mulheres têm o colo naturalmente mais curto; em outras, o encurtamento é sequela de lesões, cirurgias ou abortos espontâneos. “Repouso e progesterona via vaginal ajudam a prolongar a gestação desde que não haja outras complicações”, garante Carolina.
 
Doce bem dosado
Se você já era diabética ou se ficou na gravidez (teve o chamado diabetes gestacional): precisará manter o nível de açúcar no sangue baixo. Para isso, deve restringir carboidratos na dieta e usar ou ajustar as doses de insulina. O diabetes descompensado pode levar ao aumento do líquido amniótico (polidrâmnio) ou fazer o bebê crescer demais. “O resultado é uma distensão excessiva do útero, que estimula as contrações”, avisa Carolina.

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