Bronquiolite: por que doença fez filho de Malvino Salvador ser internado
A doença respiratória é causada principalmente pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e acomete ainda mais os menores de dois anos.
Junto com a chegada das baixas temperaturas do inverno, o período gelado é conhecido pela incidência de doenças respiratórias no público infantil, como é o caso da bronquiolite. Quem tem vivido isto Rayan, de apenas seis meses, filho mais novo do ator Malvino Salvador com a lutadora Kyra Gracie, que precisou ser internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Nos stories, Kyra explicou que precisava desmarcar o evento online que comandaria devido a internação repentina do filho. “Rayan piorou neste madrugada e tivemos que internar no CTI. Foi diagnosticado com bronquiolite, mas está sendo muito bem cuidado por aqui”, escreveu a esportista. No feed, ela completou: “Vai dar tudo certo. Mas, neste momento, preciso dedicar toda a minha atenção a ele”.
O caso surpreendeu quem acompanha os pais do pequeno Rayan e, no cenário pandêmico devido a covid-19, trouxe o questionamento de quando é necessário recorrer ao hospital após o diagnóstico da bronquiolite. Para isso, conversamos com especialistas a fim de esclarecer os principais sintomas da doença e como proceder diante deles.
Os sintomas de atenção da bronquiolite
Como explica a otorrino pediatra Maura Neves, especialista pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), a bronquiolite é uma doença infecciosa comum, em que ocorre uma inflamação aguda das vias áreas inferiores. Entre os seus principais causadores está o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que circula principalmente entre o outono e inverno.
“Normalmente, ela começa como um quadro viral do trato respiratório superior, ou seja, um resfriado ou gripe, por cerca de dois a quatro dias com sintomas de tosse e coriza, seguidos por falta de ar e chiado no peito. A febre é variável”, explica a especialista. Ela ainda pontua que os pequenos podem ficar mais sonolentos e terem diminuição do apetite, além de quadros de vômitos.
No desenvolvimento da doença, a pediatra e neonatologista Clery Bernardi Gallacci, do Hospital e Maternidade Santa Joana, ressalta que o agravamento do quadro pode acontecer a partir do quinto dia da doença. “Há uma piora do desconforto respiratório, até mesmo da oxigenação e, muitas vezes, precisando de terapia intensiva”, detalha a médica.
Atenção redobrada com bebês!
Diferente do que se tem observado com a covid-19, em que as crianças são menos suscetíveis ao vírus mesmo com o surgimento das novas cepas, a bronquiolite acomete principalmente os menores de dois anos.
A primeira justificativa apontada pela pneumologista pediátrica Maria Helena Bussamra, do Hospital Infantil Sabará, é em relação ao calibre das vias respiratórias. “Os bebês têm as vias aéreas mais estreitas, portanto, qualquer inflamação delas já leva ao chiado e dificuldade em respirar”, detalha a especialista.
Já a segunda explicação está relacionada ao sistema imunológico infantil. “Quando temos a infecção pelo VSR, não produzimos anticorpos protetores muito duradouros. Isso significa que a mãe não consegue passar para o bebê, ainda durante a gestação, anticorpos neutralizantes contra este tipo de vírus. Portanto, o bebê nasce suscetível a ele”, esclarece.
Quando é hora de procurar o hospital?
Assim como acontece diante de outras doenças, a orientação inicial de Clery é que os pais primeiro procurem pelo pediatra que acompanha o bebê para que ele possa fazer uma avaliação médica do quadro, diagnosticar a bronquiolite e conseguir iniciar intervenções adequadas.
Só que, como explica Maura e Maria Helena, o padrão respiratório do bebê pode exigir que os pais recorram ao atendimento emergencial mesmo diante da pandemia. “Se a frequência respiratória for acima de 40 incursões por minuto ou se existir algum esforço – como fazer força com o abdômen para colocar o ar para fora e as costelas ficarem bem aparentes durante a respiração –, tem que ir ao hospital”, esclarece a pneumologista pediátrica.
Os cuidados para prevenção da bronquiolite
Por também ser uma doença respiratória causada por vírus, os cuidados para evitar o seu contágio são similares ao da covid-19. “Como lavagem de mãos, uso de máscara e lavagem nasal com solução salina. Para crianças pequenas, sugere-se também evitar aglomerações”, esclarece Maura.
A otorrino também explica que ainda não existe uma vacina específica para a proteção contra o VSR, mas é preciso que os bebês recebam as doses contra a Influenza. Ainda que em níveis menores, ela também pode ser a responsável pelo desenvolvimento da bronquiolite.