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Como deve ser a prática de esportes na primeira infância

Exercícios físicos são essenciais para a saúde e o desenvolvimento de crianças, inclusive nos primeiros 6 anos de vida. Saiba mais!

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 20 jan 2017, 12h54 - Publicado em 10 ago 2016, 17h44

Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada em 25 de janeiro de 2016 escancara um dos maiores problemas de saúde pública do mundo moderno: a obesidade infantil. De acordo com o levantamento, realizado em mais de 100 países, o número de crianças obesas menores de 5 anos de idade saltou de 31 milhões para 41 milhões entre os anos de 1990 e 2014. Especialistas dos quatro cantos do globo são categóricos em afirmar que esse triste cenário se deve, em grande parte, a um estilo de vida que alia a má alimentação ao sedentarismo. Ou seja, além de abusarem de doces e alimentos gordurosos, nossos pequenos estão correndo e pulando cada vez menos.

Daí a importância de incentivar, desde cedo, que a meninada saia do sofá e brinque no quintal, no parque, na quadra ou no playground. Outra ótima maneira de garantir que os baixinhos afastem o sedentarismo é a prática de esportes. Pois é! Engana-se quem pensa que é só mais tarde que o futebol, a natação ou até o judô poderão entrar na rotina do filho. “Vários estudos já demonstraram que qualquer envolvimento da criança com a atividade física até os 6 anos de idade diminui o risco de ela se tornar um adulto sedentário”, revela Osvaldo Luiz Ferraz, professor da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Educação.

As modalidades esportivas são excelentes para promover a socialização e o desenvolvimento de meninos e meninas. Ao brincar com uma bola ou interagir com outras crianças embaixo d’água, por exemplo, os pequenos estão exercitando uma série de habilidade sociais, motoras e cognitivas. Só não vale cobrar do seu filho que ele se torne, ainda na primeira infância, um atleta profissional! “Nessa idade, as atividades esportivas indicadas são as de baixa intensidade, que sejam lúdicas e estimulem a coordenação motora e o convívio social”, orienta o ortopedista Felippi Guizardi Cordeiro, da Clínica Denise Lellis, na capital paulista.

Essa é uma ressalva que muitos especialistas fazem quando se trata de praticar esportes antes dos primeiros 6 anos de vida. A ideia, nesse momento, não é ensinar regras, objetivos e manobras do jogo – muito menos incentivar a competição! A introdução de qualquer modalidade esportiva nessa faixa etária deve acontecer de forma lúdica, utilizando apenas os fundamentos da prática e não a técnica em si. “É importante que seja algo muito agradável e que faça sentido para a criança, senão ela não vai se interessar. Afinal, tudo o que ela quer é brincar e se divertir”, pontua Andrea Maturano, coordenadora de Educação Física da Escola Quintal, em São Paulo.

Não adianta forçar a barra

Exigir que o seu pequeno seja muito bom em algum esporte pode fazer com que ele crie um certo desgosto pela prática ao longo do tempo. “Muitas crianças têm altos níveis de estresse, o que resulta no abandono da modalidade”, alerta o educador físico Guilherme Bagni, professor do Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), localizado em Araras, no interior paulista. E, cientificamente falando, nem faz sentido esperar isso de alguém que ainda nem completou o sexto aniversário. “Não há evidências de que determinadas competências já estão desenvolvidas nessa idade”, observa Osvaldo Ferraz, da USP.

Os estudos demonstram que, na primeira infância, os baixinhos ainda não estão maduros o suficiente para saber jogar da forma correta e competir. Prova disso é um trabalho publicado em julho de 2016 na revista Psychological Science. Nele, pesquisadores da Warwick Business School, na Inglaterra, avaliaram 96 pré-escolares – metade deles tinha 3 anos e meio de idade e a outra, 5 anos. Os pequenos foram divididos em duplas e fizeram testes que avaliavam a capacidade deles de se alternar em um exercício, a fim de resolver um problema. O objetivo era identificar em que momento as crianças entendem que cada um tem a sua vez na realização de diversas atividades do dia a dia.

Ao fim da investigação, os pequenos que já tinham 5 anos se saíram melhor do que os mais novos. “Apesar de as crianças serem encorajadas a se revezar em diversas situações, inclusive em interações com adultos e quando dividem algo com outras crianças, nossos achados mostram que é só aos 5 anos que os pequenos conseguem se alternar espontaneamente para resolver conflitos ou interesses”, comenta Alicia Melis, líder do estudo. E no esporte essa é uma habilidade fundamental! Até porque, sem saber jogar em equipe e entender que cada um tem a sua vez, fica difícil praticar qualquer modalidade, não é mesmo?

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Escolhendo um esporte

Você acha que o seu filho deve fazer natação, mas ele adora jogar futebol? Se possível, coloque-o em aulas das duas modalidades! “É importante que a criança pratique mais de um esporte para ela ver do que gosta mais”, aconselha Guilherme Bagni, da Uniararas.

Os pequenos podem aprender qualquer prática esportiva, contanto que o programa de ensino priorize o lado lúdico e não incentive a competição. Exercícios de muito impacto ou que exigem que a meninada carregue peso excessivo são contraindicados. “Eles podem causar lesões ou inflamações nas cartilagens de crescimento, o que pode gerar dor e outros problemas”, adverte Felippe Guizardi Cordeiro, que é especialista em ortopedia infantil pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.

Outra dica é evitar preencher todo o tempo livre dos baixinhos com o esporte, por mais divertido que isso seja para eles. “O ideal é que as aulas durem até uma hora e meia e aconteçam numa frequência de duas a três vezes por semana”, recomenda Cordeiro. Ter brechas na agenda para brincar e fazer o que der na telha também é fundamental para as crianças, seja para desenvolver a imaginação e a criatividade, seja para afastar o sedentarismo!

Os benefícios de cada modalidade na primeira infância

Quando praticados de maneira lúdica, os esportes têm muito a ensinar aos pequenos e a contribuir para o seu desenvolvimento. A seguir, conheça as vantagens de alguns deles:

Natação

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Futebol

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Judô

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Ginástica artística

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Tênis

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Equitação

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