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Contagem de espermatozoides deve chegar a zero em 2045, afirma expert

Celular no bolso da frente e outros hábitos podem afetar a saúde reprodutiva masculina, diz especialista. Ela conta como aumentar as chances de gravidez

Por Carla Leonardi
Atualizado em 18 jul 2023, 14h59 - Publicado em 18 jul 2023, 14h55

Segundo um estudo recente publicado na revista Human Reproduction Update, os níveis de espermatozoides caíram mais da metade entre os homens nos últimos 46 anos. Mas o problema não para por aí: de acordo com as projeções atuais feitas por Shanna Swan, estudiosa na área de saúde reprodutiva, a contagem deve chegar a zero em 2045.

“Embora essa estatística seja alarmante, ela destaca algo que tem sido surpreendentemente negligenciado – a saúde reprodutiva masculina é importante”, afirmou Raquel Monroy, nutricionista especialista em fertilidade, ao britânico The Mirror. “Poucas pessoas sabem que cerca de 50% dos problemas de fertilidade estão relacionados a fatores masculinos”, acrescentou.

Ela lembra que, por aspectos culturais ainda fortemente arraigados à sociedade, questões relacionadas à infertilidade são muito mais direcionadas à mulher pelo senso comum. “E isso se reflete até em partes da indústria médica”, disse ao jornal. Basta lembrar, por exemplo, que a Fertilização in Vitro é um procedimento invasivo à mulher, mas ao qual os casais recorrem com frequência, muitas vezes por entenderem que os problemas masculinos não têm solução.

Por outro lado, Raquel garante ter testemunhado os impactos que as mudanças na dieta e no estilo de vida podem gerar nas chances de uma gestação. Embora fatores causais ainda estejam sendo estudados, ela conta que o declínio dos parâmetros de espermatozoides está ligado a uma alimentação pobre, obesidade, estilo de vida e toxinas ambientais.

Quantidade de espermatozóides nos homens vem reduzindo, diz estudo
(ADragan/Getty Images)
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Como melhorar a quantidade e a qualidade dos espermatozoides

Não existe fórmula mágica. A especialista lembra que o ciclo de produção do esperma dura em torno de três meses e que muito pode ser feito nesse intervalo de tempo. Segundo ela, nutrientes essenciais para isso são os antioxidantes, como vitamina E e C, zinco e ômega-3.

“É por isso que é importante ingerir comidas muito nutritivas. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, que levam à obesidade, à inflamação e ao estresse oxidante impacta diretamente na saúde reprodutiva”, explica.

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Em relação às toxinas presentes no meio ambiente, o efeito está na produção hormonal, principalmente de estrogênio e testosterona. Os vilões, aponta Raquel, são os chamados desreguladores hormonais, como o BPA encontrado em recipientes e garrafas plásticas. Da mesma forma, os ftalatos (presentes em produtos de beleza e até na produção de alimentos) e pesticidas também prejudicam os espermatozoides.

Raquel Monroy recomenda ainda que os homens reduzam ou até eliminem o consumo de álcool, bem como de cigarros, que são comprovadamente nocivos à saúde. Por fim, ela aconselha manter o celular fora do bolso. “Embora seja visto como um mito, pesquisas científicas mostram que a proximidade do telefone pode afetar o esperma em razão das ondas eletromagnéticas”, conclui.

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