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Crianças pequenas podem fazer o autoteste para Covid-19?

De acordo com a Anvisa, o autoteste está liberado para qualquer faixa etária, mas não é considerado um exame de comprovação da doença, apenas uma triagem.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 8 abr 2022, 19h13 - Publicado em 8 abr 2022, 10h00

Entre uma brincadeira e outra pela sala de casa, você percebe que o pequeno está com o nariz escorrendo, tem espirrado e reclamou de incômodo na garganta… Com a pandemia causada pela Covid-19 ainda vigente no país, a cena pode indicar o início de um quadro de coronavírus, no entanto, somente um exame é capaz de diferenciá-lo de outras doenças respiratórias mais comuns ao público infantil.

Em vez de recorrer ao pronto-socorro pediátrico, que tende a estar cada vez mais cheio com a chegada do outono, ou caso a família não consiga contato imediato com o pediatra, uma solução imediata para a situação pode ser a realização de um autoteste, categoria aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano.

O autoteste é liberado para qualquer faixa etária, apenas com a ressalva de que, quando realizado por menores de 14 anos, o processo deve ser acompanhado por um responsável.

O autoteste é indicado quando…

Ao ser questionada sobre qual é a orientação do uso do autoteste pela população, a Anvisa informou que ele é bem-vindo principalmente em dois cenários. O primeiro é quando a pessoa apresenta sintomas relacionados ao coronavírus, já o segundo é quando ela está assintomática, mas teve contato com alguém que acusou positivo para doença por meio de um teste de diagnóstico, ou seja, aqueles que são coletados nas farmácias ou nos laboratórios por profissionais da saúde.

Essa diferença existe porque o autoteste não é considerado um exame de comprovação da doença. “Ele é uma triagem para orientar o usuário sobre o risco de transmissão do vírus e as medidas que ele deve adotar, como isolamento social e uso de máscara”, explica a farmacêutica Roberta Rocha, professora de imunologia clínica no Centro Universitário Newton Paiva.

Tanto que, se o teste acusar negativo e o paciente permanecer com sintomas virais, a orientação da especialista é que a família procure pelo pediatra do pequeno ou vá ao pronto-socorro infantil mais próximo para que o médico consiga analisar o quadro de perto e peça outro tipo de exame, capaz de chegar a um diagnóstico conclusivo.

A tendência é que este outro teste seja o que é capaz de identificar partículas do RNA viral, como acontece no RT-PCR. Sendo diferente do autoteste que reconhece apenas a presença do antígeno A que, segundo a infectologista pediátrica Ana Loch, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é uma “proteína do núcleo do capsídeo viral do Sars-CoV-2, encontrado na fase ativa da infecção por Covid-19”.

Quando o autoteste deve ser coletado nas crianças?

Assim, por ser um exame que depende de uma carga viral significativa para o resultado correto, Ana orienta que o autoteste seja preferencialmente realizado no público infantil sintomático, entre o terceiro e sétimo dia de sinais da doença.

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“Em crianças assintomáticas, aumenta-se a chance de um falso negativo, já que a carga viral é menor e também porque não se sabe ao certo o melhor dia para fazer o teste”, completa a infectologista pediatra.

Passo a passo de como fazer o autoteste

Com a compra do exame na farmácia e a decisão de que o pequeno irá fazê-lo, a primeira orientação de Roberta é que os pais atentem-se à leitura da bula presente dentro da embalagem para conferir as recomendações do fabricante.

Ao abrir a embalagem do teste, também é importante que os pais confiram se todos os itens do exame estão ali, como o swab (cotonete grande), um recipiente com líquido transparente, uma tampa gotejadora e um dispositivo, também chamado de cassete, em que a família verá o resultado negativo ou positivo à doença.

Itens usados no autoteste para Covid-19
(Arte: Bebê.com.br / Foto: Juergen Schott/Getty Images)

Já para a realização do autoteste, escolha um ambiente arejado para fazer a coleta do material. Isso porque o processo pode fazer com a criança tenha vontade de espirrar e, caso esteja contaminada, a transmissão acaba potencializada em locais fechados.

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Veja o passo a passo do exame:

– Inicie o processo pedindo para que o pequeno assoe o nariz, pois o muco pode interferir no resultado do exame. Em seguida, peça para que ele incline a cabeça para trás e sinalize que o teste começará a ser feito.

– Para isso, retire o swab da embalagem e o introduza na primeira narina ao ponto de sentir uma leve resistência contra o cotonete. Gire-o cerca de dez vezes e, ao terminar, repita o mesmo processo na outra narina.

– Com a secreção coletada dos dois lados, abra o recipiente de líquido transparente e coloque o swab dentro dele. Gire o cotonete por volta de dez vezes dentro do utensílio para que saia todo o conteúdo do algodão.

– Depois, coloque a tampa gotejadora no recipiente e pingue quatro gotas do líquido na menor janela do teste e espere, por volta de 15 minutos, para saber o resultado.

*Atenção: a quantidade de gostas que deve ser colocada no cassete pode variar conforme orientação do fabricante.

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Como checar os resultados

Após aguardar o tempo correto, é preciso prestar atenção no cassete para interpretar o resultado do teste:

Resultados do autoteste de covid-19
(Arte: Bebê.com.br / Foto: Kandl/Getty Images)

“Meu filho testou positivo e agora?” 

Ainda que a farmácia em que o autoteste foi comprado não precise ser informada sobre o laudo positivo – “porque o governo não o utilizará para contabilizar o número oficial de casos da doença”, como esclarece Roberta – o caminho a ser trilhado pelas famílias variam a partir da constatação pelo exame.

Para a farmacêutica, é indicado que os pais procurem por uma unidade de saúde pública, teleatendimento ou recorra ao pediatra do pequeno para que este profissional de saúde possa realizar a confirmação do diagnóstico, fazer a notificação do caso e orientar os responsáveis sobre como manejar a doença até que os sintomas finalizem.

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Segundo Ana Loch, se a criança estiver com um quadro geral positivo, é possível apenas monitorar os sintomas em casa até que o ciclo da doença se encerre. No entanto, caso os sinais da Covid-19 comecem a ficar mais significativos ou prolongados, como febre persistente por mais de 72 horas, falta de ar, tosse e piora do estado geral, é importante recorrer ao pediatra ou até mesmo ao pronto-socorro infantil.

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