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Dormir no quarto dos pais até 6 meses é mais seguro, diz estudo

Pesquisa confirma que passar a noite no mesmo lugar que os adultos é melhor, mas só no começo da vida. Depois, o efeito pode ser o oposto.

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 20 jun 2017, 20h38 - Publicado em 20 jun 2017, 20h32
Bebê dormindo
 (monkeybusinessimages/Thinkstock/Getty Images)
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Bebês que dividem o quarto com os pais têm menos risco de serem acometidos pela síndrome da morte súbita. Só que, se o filho fica tempo demais nesse ambiente, o efeito pode ser o inverso. Foi o que revelou um novo estudo da Universidade de Penn State, nos Estados Unidos.

O trabalho, divulgado no início do mês de junho na Pediatrics, publicação da Associação Americana de Pediatria (AAP), questiona o último posicionamento da própria entidade sobre o assunto. Em outubro de 2016, a AAP recomendou que o quarto fosse compartilhado até o primeiro ano de vida para ajudar prevenir a síndrome de morte súbita. Nesta condição, que é rara, o bebê saudável sofre durante o sono uma parada cardíaca e respiratória sem motivo aparente.

“De fato, me parece exagerado manter a criança no mesmo quarto até o primeiro ano de vida, porque a maior incidência de morte súbita é até os seis meses”, comenta a pediatra Renata Dejtar Waksman, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “A partir desse período, o vínculo entre as partes se intensifica e é mais difícil fazer a transição para o próprio quarto”, completa.

O ponto dos autores da pesquisa é que, a partir dos seis meses de idade, o risco oferecido por comportamentos nada seguros no quarto dividido pode ser maior do que a proteção contra a morte súbita. Por exemplo, ao avaliar os hábitos noturnos de 279 famílias, o grupo descobriu que bebês nessa situação tinham mais chances de ter entre eles cobertores, travesseiros e outros objetos que não deveriam estar no berço nessa fase da vida.

Veja também: Mães que praticam cama compartilhada amamentam por mais tempo, diz pesquisa

Além disso, o hábito de compartilhar o quarto frequentemente também resultou no compartilhamento da cama – outra atitude contraindicada pelos norte-americanos. A migração para a cama dos pais foi mais comum entre os bebês com quatro a nove meses de vida que já tinham começado a noite no mesmo cômodo. “É muito perigoso, pois o adulto pode rolar e sufocar o bebê”, alerta a médica.

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Dicas para um sono confortável e seguro

O berço, seja ele no quarto que for, deve ser livre de obstáculos. Ou seja, nada de travesseiros e cobertores. O risco que esses objetos oferecem é o mesmo do bebê dividir a cama com os pais: a asfixia. Também por prejudicar a respiração, a posição de bruços, com a barriga para baixo, não é indicada.

“O ideal é o decúbito dorsal, com a barriga virada para cima e a cabeça levemente elevada e inclinada para o lado”, ensina Renata. A elevação pode ser feita com mantas e travesseiros embaixo do colchão, sem contato direto com a criança. Já a inclinação da cabeça costuma ocorrer naturalmente. “Desde que nasce ele já tem o reflexo de colocar a cabeça para um lado, depois para o outro”, explica a especialista.

Vale lembrar que o quarto deve ser, sim, compartilhado, mas por tempo limitado. Para fazer a transição, a dica é aproveitar a fase dos seis meses, quando o sono está mais estável, para trocar a criança de lugar aos poucos, sempre monitorando tudo pela babá eletrônica.

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