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Estudo: antidepressivo na gravidez não afeta neurodesenvolvimento do bebê

Pesquisa indica que não há relação desses medicamentos com uma série de transtornos, como autismo, TDAH, distúrbios comportamentais e outros. Entenda!

Por Carla Leonardi
Atualizado em 23 jan 2023, 11h27 - Publicado em 7 out 2022, 13h19
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 (Anna Shvets/Pexels)
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Ingerir remédios durante a gestação sempre causa muitas dúvidas, afinal, o medo de afetar o bebê – seja com efeitos imediatos, seja no futuro – está quase sempre presente entre as mulheres que esperam um filho. Porém, a boa notícia para quem trata transtornos psiquiátricos é que, segundo um estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), o uso de grande parte dos antidepressivos comuns ao longo da gravidez não prejudica o neurodesenvolvimento cognitivo ou comportamental da criança.

A pesquisa desenvolvida nos Estados Unidos acompanhou 145 mil mulheres e seus filhos por 14 anos e chegou à conclusão de que a ingestão desses medicamentos durante a gestação não tem relação com uma série de condições de saúde, como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), distúrbios de comportamento, aprendizagem e coordenação, atrasos no desenvolvimento da fala e deficiências intelectuais.

“Estudos anteriores sobre esse assunto apresentaram resultados conflitantes. Mas graças ao nosso grande grupo populacional [acompanhado] e ao desenho cuidadoso do estudo, acreditamos que nossa pesquisa traz uma clareza que pode ajudar na decisão dos tratamentos durante a gravidez“, disse à CNN a autora Elizabeth Suarez, do Centro de Farmacoepidemiologia e Ciências do Tratamento do Instituto de Saúde, Política de Saúde e Pesquisa do Envelhecimento da Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos.

Silhueta ilustrada de uma mulher grávida
(Tatyana Antusenok/Getty Images)

Ponderar benefícios e prejuízos

O assunto é polêmico, já que muitas pesquisas antigas desconsideravam fatores contribuintes para o desenvolvimento de distúrbios na criança – inclusive a depressão, a ansiedade e outros transtornos psiquiátricos que a mãe pode ter.

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Em comunicado, Carmine Pariante, professora no Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College London, no Reino Unido, chamou a atenção para a importância desse estudo. “Mulheres e profissionais da saúde estão frequentemente preocupados com o uso de antidepressivos na gravidez, e às vezes decidem parar repentinamente o tratamento assim que a gestação é descoberta“, afirmou.

Sabe-se que a interrupção repentina de um tratamento psiquiátrico pode ser extremamente prejudicial, portanto, os dados trazidos pela pesquisa serão de grande valia para os profissionais da área, que poderão tomar a decisão sobre seguir com os antidepressivos ou não na gestação com base em novas evidências.

Vale ressaltar, porém, que outros resultados adversos potenciais não foram considerados no estudo – é o caso, por exemplo, do possível aumento de risco de parto prematuro. Segundo Elizabeth Suarez, os “resultados para distúrbios do neurodesenvolvimento devem ser ponderados com o risco de outros resultados”, destacando que se trata de uma questão a ser avaliada de acordo com benefícios e prejuízos do tratamento.

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