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Estudo identifica possível causa para síndrome da morte súbita do lactente

Pesquisadores apontam a redução significante de uma enzima em bebês que sofreram de SMSL.

Por Carla Leonardi
24 Maio 2022, 15h25
Naninha em berço vazio
 (Cavan Images/Getty Images)
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A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL), principal causa de óbito entre bebês de até 1 ano, ainda tem muitas lacunas a serem preenchidas pela comunidade científica. Neste mês, a revista do Lancet, eBio Medicine, publicou um estudo que indica a descoberta de mais uma peça do quebra-cabeça na resolução desse mistério: a redução dos níveis da enzima butirilcolinesterase (BChE).

A pesquisa desenvolvida no Hospital Infantil de Westmed, na Austrália, comparou os níveis de BChE em 26 bebês que morreram por SMSL, 41 que foram a óbito por outras causas e 655 sobreviventes. Essa comparação foi possível graças a um programa de triagem neonatal, com amostras de sangue recolhidas logo após o nascimento. O que os pesquisadores observaram foi que os níveis de BChE estavam significativamente mais baixos nas crianças que sofreram morte súbita.

Segundo os estudiosos, a enzima butirilcolinesterase tem um papel importante no sistema nervoso autônomo, que controla funções involuntárias e inconscientes do corpo. Nesse sentido, seus baixos níveis podem indicar a redução da capacidade do bebê adormecido de responder ao ambiente, ficando mais vulnerável, por exemplo, ao não acordar quando necessário – como quando não consegue respirar.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Carmel Harrington, líder do estudo, afirmou que essa é a primeira evidência de que “bebês vítimas de morte súbita são diferentes desde o nascimento”. Certamente, esse é apenas um primeiro passo, mas de grande relevância, já que é o primeiro possível marcador sanguíneo identificado, abrindo caminho para mais estudos com o objetivo de prevenir a morte súbita infantil.

“Um bebê aparentemente saudável dormir e não acordar é o pesadelo de todos os pais”, disse Harrington, que perdeu seu bebê por SMSL há 29 anos e dedicou sua carreira a pesquisar a síndrome.

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Bebê dormindo
(monkeybusinessimages/Thinkstock/Getty Images)

Recomendações para evitar a SMSL

Apesar de a síndrome da morte súbita do lactente ainda ser tão misteriosa, algumas recomendações são consideradas importantes para evitá-la. Um documento elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) traz orientações a pais e cuidadores, entre as quais as principais são: 

  • Colocar o bebê para dormir de barriga para cima.
  • Manter o berço sem travesseiros, cobertas soltas e outros acessórios.
  • Manter o bebê dormindo no quarto dos pais até os seis meses, mas sem compartilhar a cama.
  • Não expor a criança ao fumo.
  • Promover o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida.
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No documento, a SBP ainda reúne uma série de informações e dados a respeito da SMSL. Clique aqui para ler o conteúdo completo.

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