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Por que há tantas crianças com doenças respiratórias?

Vírus sazonais em circulação, retorno ao convívio social e fim do uso das máscaras estão associados ao aumento de casos. Entenda!

Por Carla Leonardi
23 Maio 2022, 15h49
Criança assoando o nariz
 (Suzi Media Production/Getty Images)
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Depois de dois anos vivendo a pandemia da Covid-19 e a educação à distância, este ano letivo presencial trouxe de volta algo que estava menos rotineiro na vida das crianças devido ao distanciamento social: os resfriados e gripes. Assim, com a chegada do outono e o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados, o número de crianças com doenças respiratórias aumentou consideravelmente em comparação aos dois anos anteriores, já que elas estavam protegidas pelo isolamento. 

“Nesta época, habitualmente ocorre a circulação de muitos vírus, como rinovírus, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus, entre outros. O período da pandemia foi uma exceção. Com as crianças em casa, sem frequentar a escola, os vírus circulavam pouco, então agora dá a impressão de que a incidência dessas doenças aumentou muito”, esclarece a Supervisora Médica da Unidade de Internação do Sabará Hospital Infantil, Renata Mazzotti Zampol.

O aumento, portanto, não é atípico nem inesperado, mas consequência do período pandêmico, já que além da volta à convivência social, que permite a maior circulação dos vírus, a imunidade dos pequenos também ficou comprometida – sobretudo daqueles que nasceram em meio à pandemia e passaram a conviver há pouco tempo com outras crianças. Por isso, doenças como bronquiolites, gripes, resfriados, asma e pneumonias estão tão presentes.

Diversas cidades do Brasil apresentaram, nos últimos dias, ocupação máxima dos leitos de UTI exclusivos para crianças na rede municipal, como é o caso de Campinas (SP), Recife (PE) e Natal (RN). Mas os casos de hospitais com alas pediátricas cheias se repetem pelo país, inclusive na rede privada, embora planos de contingência estejam sendo colocados em prática. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos primeiros quatro meses deste ano houve um aumento de 30% nas internações de crianças de até 5 anos com síndrome respiratória aguda grave em relação ao mesmo período de 2021. 

Adulto limpando o nariz de uma criança com lenço de papel. Ambos são brancos, a criança tem por volta de 1 ano e meio. Do adulto, só é possível ver os braços.
(Halfpoint/Getty Images)
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Quando procurar atendimento emergencial

Apesar de a maior parte dos casos ser leve, o quadro pode piorar ao longo dos dias. Por isso, é preciso estar atento aos sintomas para saber se há necessidade de ir ao Pronto-Socorro. “É importante observar sinais de alerta como desidratação, apatia, prostração, febre persistente, recusa alimentar e dificuldade respiratória”, aponta Renata. A especialista lembra ainda quais são os fatores que, em geral, podem levar a essa evolução. “Pacientes prematuros, com doenças cardíacas, respiratórias, imunológicas, entre outras, podem apresentar maior gravidade e piora clínica mais rápida, necessitando de internação, muitas vezes em Unidade de Terapia Intensiva”, explica.

Prevenção e cuidado

Se quando há suspeita de infecção pelo coronavírus a regra é não mandar a criança para a escola, vale o mesmo pensamento em relação aos outros vírus. “As crianças doentes devem ficar em casa até a recuperação completa dos sintomas, diminuindo a circulação de vírus e a transmissibilidade no ambiente escolar”, recomenda a pediatra, que aponta ainda o uso de máscaras como uma forma eficaz de manter os pequenos saudáveis. “Algumas escolas já estão orientando que os alunos e funcionários voltem a usar máscaras com o intuito de diminuir a transmissão desses vírus tão frequentes nessa época do ano”, alerta Renata.

Vale lembrar que, como parte da Campanha de Vacinação do Ministério da Saúde, crianças de 6 meses a menores de 5 anos deverão receber a vacina da gripe até 3 de junho.

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