A combinação de férias com verão – quando a rotina fica mais livre, os horários de comer menos regrados, o ritmo das brincadeiras aumenta e o calor, com clima abafado, predomina – pode ser o cenário ideal para quedas de pressão arterial. Seu filho já reclamou de tontura ao levantar? Visão escurecida ao fazer movimentos rápidos? Ou de sensação de desmaio em locais muito quentes? Se sim, pode ser que ele tenha experimentado episódios de pressão baixa.
De acordo com o pediatra e médico de família Pedro Cavalcante, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a criança pode ter pressão baixa, sim, mas a medida tende a variar conforme idade e altura. Em média, os valores normais giram em torno de 11/7 ou 12/8. Se as quedas forem frequentes, a ponto de atrapalhar a rotina e as atividades, é essencial fazer a avaliação médica.
Em geral, vale dizer, os casos costumam ser pontuais, sem grandes preocupações. “O risco maior é de queda, quando a criança pode se machucar, mas é importante investigar o motivo. Pode até ser um sinal de outra complicação, mas é necessário avaliar o contexto geral, não só como sintoma isolado”, explica o especialista. Segundo ele, pode acontecer quando o pequeno brinca muito, faz movimentos rápidos, se levanta de forma veloz ou fica por um longo período sem comer. “O sol e o calor também podem interferir”, afirma.
Sintomas: como saber que a pressão da criança caiu?
Os principais sintomas da queda da pressão arterial, diz Cavalcante, são tontura, atordoamento, desmaio, suor excessivo, confusão e visão turva. “Tudo isso surge dentro de poucos segundos a minutos depois de a criança se levantar, mas regride rapidamente quando ela se deita”, descreve o pediatra.
O que fazer quando a criança está com a pressão baixa?
Muita gente costuma recomendar a ingestão de sal, puro mesmo, ou de algum alimento salgado, como uma azeitona ou um biscoito. Faz sentido, já que o sódio contido no sal tem a função de puxar a água para dentro dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão. No entanto, de acordo com o médico, com as crianças, essa absorção é lenta.
Por isso, é mais eficaz ingerir líquidos, como água de coco ou água mineral, e deitar com as pernas levantadas. “Essa postura melhora o fluxo de sangue para o coração e para o cérebro, ajudando a amenizar a sensação de tontura”, orienta.
Pressão baixa em criança: como prevenir?
O ideal é garantir que o pequeno consuma bastante água diariamente, sobretudo no calor, quando aumenta a necessidade de hidratação. Além disso, é importante se alimentar bem e, sempre que possível, evitar lugares abafados.
“Lembre-se: na dúvida, converse com o pediatra que acompanha seu filho”, aconselha. Só ele vai saber avaliar se está tudo bem ou se é preciso investigar mais ou tomar algum tipo específico de precaução, observando um contexto geral e o histórico de saúde.
