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Primeira consulta ao pediatra deve ser mantida em tempos de coronavírus?

Para trazer mais segurança aos pais, médicos têm aumentado os intervalos entre as consultas e outros optados pela ida até a casa da família.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 6 Maio 2020, 11h30 - Publicado em 6 Maio 2020, 11h27
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 (ArtMarie/Getty Images)
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Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as incertezas do que se deve fazer ou não estão borbulhando por todos os lados. Para os pais de recém-nascidos, a situação é ainda mais delicada. Foi preciso passar pelas inseguranças de uma gestação e um parto nesse período e agora, com o bebê nos braços, outra infinidade de dúvidas surgem, como: a primeira ida ao pediatra, após o nascimento, deve ser mantida?

E a resposta é sim. Ainda que seja imprescindível que as pessoas fiquem em casa para o controle da doença, o acompanhamento do bebê no começo da vida não pode ser adiado.

“Nesse período neonatal precoce, podem surgir algumas doenças que, se não forem diagnosticadas nesse momento e o pediatra não intervir rapidamente, as consequências para o bebê podem ser sérias”, explica a pediatra Lílian Cristina Moreira, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e funcionária da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro.

Outra possível intervenção necessária nesse momento é sobre a amamentação. É preciso que as mães recebam a orientação correta dos médicos para que o bebê seja amamentado adequadamente e consiga o ganho de peso esperado no período, em comparação com os dados colhidos ainda na maternidade.

“É nesse momento que podem começar a aparecer os problemas relacionados à amamentação. E com o atendimento precoce, o pediatra consegue intervir melhor para evitar que aconteça o desmame – depois que ele ocorre, tentar relactar o bebê o seio é mais difícil”.

Lílian cita que, mesmo a primeira consulta acontecendo entre o quinto e décimo dia de vida do bebê, o médico já consegue identificar problemas como pega incorreta do bebê, mastite, e ingurgitamento mamário (o famoso leite empedrado). E, consequentemente, contorná-los mais rápido pelo diagnóstico precoce.

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Além da avaliação física tanto do bebê quanto da mãe, a ida ao pediatra também é fundamental para que o médico possa confirmar se houve a vacinação prevista de acontecer ainda na maternidade, como a de hepatite B e a BCG – responsável pela prevenção contra tuberculose, além de orientar sobre as próximas doses.

Mas quais cuidados ter?

Só que a saída de casa com um bebê, durante a pandemia, pede atenção redobrada dos pais. A pediatra explica que o primeiro passo é entender como está funcionando a dinâmica de horários nos consultórios.

“Normalmente, colocamos os recém-nascidos no início da agenda. Depois, as crianças maiores e, nos últimos horários, as que já vêm com queixa de estarem doentes”. Lílian ainda complementa que, no intervalo entre as consultas, é importante que ocorra a higienização completa do local.

Até o momento, as recomendações gerais envolvem também o uso de máscaras caseiras para os pais. Já para as crianças menores de dois anos, o acessório não é recomendado. Neste caso, a pediatra indica que o bebê seja colocado no canguru, virado para o colo da mãe ou ainda no carrinho, coberto com um tecido limpo para proteção.

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A telemedicina pode ser usada nesse caso?

Ainda que consultas virtuais sejam indicadas para casos não relacionados a doença, para a primeira consulta do bebê acontecer online é necessário ponderar algumas questões.

“Podemos fazer a teleconsulta desde que os pais tenham como pesar o bebê em uma balança específica para ele. Isso porque a de banheiro pesa a cada 100 gramas e o bebê precisa de uma que pese de cinco a dez gramas”, informa a pediatra Flávia Schaidhauer, do Instagram @pediatraforadacaixa.

Além do material característico, a consulta virtual também depende do quanto os pais se sentem confiantes para receber a avaliação de casa, como estão as dúvidas sobre o bebê e a amamentação e, claro, uma avaliação positiva do médico sobre não haver a necessidade de levar o recém-nascido até o consultório.

Uma alternativa proposta pelos profissionais da saúde tem sido as consultas em casa. Para quem tem condições financeiras ou até mesmo disponibilidade no convênio, pediatras têm ido até a residência das famílias, levando o equipamento adequado para conseguir fazer a triagem necessária sem quebrar o isolamento social. Por isso, converse com o pediatra do seu bebê para entender a viabilidade do caso de vocês.

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(Juliana Pereira/Bebê.com.br)
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