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Rubéola em crianças e grávidas: sintomas, contágio e tratamento

Confira as respostas para as principais perguntas relacionadas a essa doença, que tende a ser leve na infância, mas preocupa quando acomete gestantes

Por Carla Leonardi
30 nov 2023, 11h15

Uma das chamadas “doenças da primavera“, por se tornar mais comum nessa estação do ano, a rubéola é causada por um vírus (o Rubella virus), e assusta pais e cuidadores, embora não tenda a se desenvolver de forma grave na infância. Já quando acomete grávidas, que são um importante grupo de risco para a enfermidade, mostra-se mais preocupante, pois pode gerar problemas para o desenvolvimento do bebê.

Como a rubéola é transmitida?

“A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa inala partículas virais presentes no ar ou após o contato com alguém doente“, explica Anna Bohn, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e especialista em terapia intensiva pela Universidade de São Paulo. Ela reforça que indivíduos infectados podem transmitir o vírus de uma semana antes das lesões de pele surgirem até duas semanas após os sintomas. “Além disso, de 25% a 50% dos adultos infectados têm um quadro assintomático, aumentando bastante a disseminação da rubéola”, acrescenta.

Quais são os principais sintomas?

Em crianças, eles costumam ser leves e, muitas vezes, a doença até passa despercebida. O sintoma mais frequente é na pele, com “manchas avermelhadas com aspecto de bolinhas, que podem ou não coçar, espalhadas por todo corpo”, descreve a pediatra. Esse padrão de lesões é chamado exantema, e pode ser acompanhado por febre alta, “aparecendo em torno de 1 a 5 dias antes das lesões avermelhadas”, diz Anna.

Ela ainda detalha como é o padrão de aparecimento dessas lesões: “surgem primeiro na face e, depois, em 24 horas, no tronco e nas extremidades”. Além disso, pode-se notar um aumento dos gânglios atrás das orelhas e nas regiões posteriores do pescoço, durando até uma semana.

“Sintomas em articulações, como dor e inchaço, além de indisposição e cansaço, são mais raros. Eles ocorrem com maior frequência em adultos, que tendem a ter um quadro mais intenso e duradouro do que crianças”, aponta a especialista.

Na imagem, um menino com mais ou menos 1 ano, de pele clara, cabelo castanho e liso. Ele tem a pele do rosto toda manchada de vermelho. Está olhando para baixo e com a boquinha aberta. Veste moletom verde.
(_jure/Getty Images)
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Existe tratamento para a rubéola?

Não, o que se trata é a consequência, ou seja, aquilo que a doença provoca. “Não existe nenhum tratamento específico ou antiviral recomendado. Apenas medicamentos para alívio de sintomas como febre, mal-estar e coceira”, diz Anna, destacando ainda a importância de manter a hidratação.

Pode haver uma complicação grave?

Sim, mas é raro. A pediatra aponta exemplos de complicação como hemorragia renal, intestinal ou cerebral, e alterações plaquetárias, que levam a sangramentos e hematomas na pele. “Acontece 1 para cada 3000 casos”, afirma, acrescentando que a “encefalite, uma inflamação cerebral, ocorre em 1 a cada 6000 casos”.

Rubéola em grávidas: quais são os riscos?

Segundo a pediatra, o principal temor é a infecção neonatal ou congênita, ou seja, quando a infecção da mulher é transmitida ao bebê. “Nesses quadros, as sequelas tendem a ser mais graves, como perda auditiva, deficiência intelectual, problemas cardíacos e oftalmológicos”, exemplifica. É importante ressaltar que isso pode acontecer mesmo que a mãe apresente um quadro leve.

Como não há tratamento específico para a rubéola, é primordial evitar o contágio, sobretudo na gestação. Para isso, a vacina é importantíssima.

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Como se prevenir do contágio?

Anna Bohn explica que a prevenção da rubéola tem dois pontos principais: o isolamento de casos suspeitos e confirmados por pelo menos sete dias após o surgimento do exantema [lesões de pele] e vacinação (no caso, com a chamada Tríplice Viral, aplicada aos 12 meses de vida).

“Uma dose de vacina para rubéola possui soroconversão, ou seja, imunidade, ao redor de 95%. Portanto, a vacinação completa com duas doses é uma medida importante e eficaz para controle e erradicação da doença. Também é de suma importância que todos os casos suspeitos e confirmados sejam reportados ao sistema de notificação compulsória, a fim de monitorar a atividade da doença e evitar surtos”, conclui a médica.

Por fim, vale lembrar que, caso a mulher que pretende engravidar não tenha sido vacinada ou não saiba se recebeu as duas doses da Tríplice Viral, é preciso ser imunizada antes da gestação para evitar qualquer tipo de risco para si mesma e para o futuro bebê.

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