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Transmissão de Aids de mãe para filho reduz no Brasil

Os dados foram apresentados no Boletim Epidemiológico de 2016, divulgado nesta quarta-feira, 30, pelo Ministério da Saúde.

Por Luísa Massa
Atualizado em 1 dez 2016, 18h38 - Publicado em 1 dez 2016, 16h24
 (SbytovaMN/Thinkstock/Getty Images)
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Em comemoração ao Dia Mundial da Luta Contra a Aids, na última quarta-feira, 30, o Ministério da Saúde divulgou novas informações do Boletim Epidemiológico de HIV e Aids de 2016. De 2000 até junho de 2016, 99.804 gestantes foram infectadas pelo HIV. Mas a boa notícia é que a transmissão vertical – de mãe para filho – teve uma queda de 36% de 2010 até 2015.

O acompanhamento no pré-natal, a detecção rápida da doença e início precoce do tratamento são fatores que ajudam a diminuir esses números. “A redução de 36% de mãe para filho foi possível graças à ampliação de testagem, que promovemos nos últimos anos, aliados ao reforço na oferta de medicamentos para as gestantes”, comentou Ricardo Barros, ministro da Saúde.

Georgina Braga Olliard, diretora do UNAIDS Brasil, também se pronunciou. Ela disse que o caminho para o fim da epidemia é o início da vida sem HIV e Aids: “Os dados apresentados pelo Brasil na redução da transmissão vertical são parte do trabalho de enfrentamento da situação em todo o mundo”. A profissional ressaltou que a diminuição da doença passada de mãe para filho evitou a morte de 1,6 milhão de bebês no mundo todo desde 2000 até os dias de hoje.

O Ministério da Saúde revelou que está implementando com os estados brasileiros um selo de Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis no país. Dessa maneira, as cidades premiadas serão as que atingirem taxas de detecção da doença em crianças menores de 5 anos iguais ou inferiores a 0,3 para cada mil crianças nascidas vivas e proporção menor ou igual a 2% dos pequenos com até 18 meses. Este projeto conta com o apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids no Brasil) e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde).

Dados gerais

Atualmente, a epidemia de Aids está estabilizada no país, com cerca de 4,1 mil casos novos por ano. Foram registrados 827 mil infectados desde 1980 até 2015. “Inserir essas pessoas nos serviços de saúde, por meio da testagem e do início imediato ao tratamento, é a prioridade do ministério”, ressaltou o ministro da Saúde.

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Outro fator que foi discutido no encontro é o perfil do público infectado, pois a doença tem sido identificada principalmente em populações vulneráveis e em pessoas jovens – especialmente do sexo masculino. Em 2015, os dados mostraram que há 1 caso em mulher para cada três casos em homens.

Adele Benzaken, diretora do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais falou sobre a questão. Ela afirmou que alguns dos motivos para os mais novos contraírem a doença é o fato de eles não frequentarem serviços de saúde e, muitas vezes, não se submeterem ao tratamento por negarem a condição que enfrentam.

Por esse motivo, Adele reforçou a importância de se comunicar com os jovens de uma maneira mais acessível – como por meio de youtubers e blogueiros – para alertar sobre a principal maneira de prevenção (camisinha) e promover demais informações sobre o assunto.

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